O regresso à rotina depois do confinamento: 3 testemunhos sobre o impacto nos animais de estimação

Há cerca de dois anos estávamos a entrar num período de incerteza, ninguém sabia o que estava para chegar, como iria impatar a rotina de todos, inclusive dos animais de estimação. A rotina que tinham de ficar em casa várias horas sozinha viu-se interrompida pela presença dos humanos 24/7 e isso teve repercurssões, tanto negativas como positivas.

Durante os últimos dois anos, fomos os tutores foram condicionados a uma rotina de muitas as horas passadas ao computador a trabalhar com a companhia do cão, gato, ou de outro animal de estimação. Os intervalos eram aproveitados para dar dar um passeio à rua com o patudo ou até mesmo para uns minutos de brincadeiras com o pet. As familias estavam em casa, os animais tinham uma presença constante que interrompeu a sua anterior rotina. Esta rotina foi interrompida e retomada posteriormente, pelo que os tutores e seus animais tiveram de se adaptar a um novo normal. Numa rotina que deveria ter sido gradual, como que um desmame da companhia, para não gerar a ansiedade da separação, acabou por ter repercurssões para as familias. Como tal, contámos com o testemunho de alguns dos nossos membros da Petfeelings Family, que nos falaram sobre o desafio que foi na adaptação na retoma de uma nova rotina.

Segundo a tutora da Rosinha, “Uma câmara ajudou muito” uma vez que “sofreu de ansiedade de separação.” A tutora ainda adientou que “Foi complicado gerir, vomitava quando me via a preparar para ir embora. A câmara ajudou, monitorizá-la e falar com ela durante a ausência. É algo que parece supérfluo mas foi super útil : literalmente sentar me com ela e explicar lhe onde ia, o que ia fazer, porque é que ia etc. Ela percebe tudo é incrível.”

A separação era um cenário inevitável que as pessoas e os animais de estimação iriam retomar, assim como entre pais e filhos, quando no dia a dia cada um assume a sua rotina de trabalho e escola. São muitas as familias que dão relatos sobre o sentimento de ansiedade por separação, um processo comum. Ninguém estava preparado psicológicamente para toda esta mudança radical, muito menos havia conhecimentos para preparar o pet para o regresso ao quotidiano.

Segundo o testemunho da tutora da Phoebe e da Olívia  “A Phoebe foi adotada um ano antes da pandemia e a Olívia já durante a pandemia.” , contudo a sua tutora reparou que a “Phoebe não era tão dada a contacto permanente, agora é capaz de começar a miar imenso só por a humana estar em algum espaço em que ela a ouve mas não vê.”

Esta pode ser a realidade de muitos tutores e respetivos animais de estimação, contudo também se verificou o reverso da medalha. Segundo o Sistema de Informação de Animais de Companhia (SIAC), a pandemia levou a um aumento de adoções de animais de companhia, principalmente gatos. As adoções de gatos aumentaram 78% no ano passado, já as de cães aumentaram 15%.

Uma vez que, se verificou ainda um aumento da procura de animais de estimação, de certa forma para compensar o tempo passado em casa, que em muitos dos casos em isolamento total, no caso de pessoas com rotinas singulares. Naprocura por uma companhia, o recorrer a um processo de adoção foi a escolha de muitas pessoas nesta fase da pandemia. Segundo a Visão,” a solidão de quem mora sozinho também pode ter sido uma das causas para que mais pessoas abrissem as portas de casa a cães e gatos, encontrando um equilíbrio emocional numa época tão desgastante, como foram os meses de confinamento. Alimentar e cuidar do animal de companhia foi para muitos a única distração e o mais parecido com a normalidade”.

Houve também quem quisesse potenciar companhia ao seu companheiro de quatro patas. Este foi o caso de um dos nossos membros da Petfeelings Family, os tutores dos “Uno the annoyed Daddy” contaram-nos que uma das soluções foi “Arranjar um segundo cão”,  uma vez que “Sempre soube que mais cedo ou mais tarde íamos voltar e o Uno como era um cão de canil estava habituado a estar ou com outros cães ou connosco então achei que seria bom para ele ter um companheiro canino para quando fosse preciso passar mais tempo fora de casa novamente. Não têm problemas nenhuns em ficar sozinhos sem nós”.

 

 

 

 

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