A importância da socialização e do treino
Há coisas que, por muitos evidentes que sejam, ás vezes nem nos damos conta da importância que têm. Sempre ouvimos dizer que treinar é um dos fatores mais importantes para que os nossos animais saibam quais são os seus limites.
Os donos são aqueles que estão responsáveis pelo seu pet até ao final da sua vida. Durante a grande parte da vida do animal a aprendizagem é incessante, mas principalmente nos primeiros anos de vida esta é constante e fundamental.
Uma outra figura que tem vindo a crescer a par da sociedade é o treinador de cães. O treinador, apesar de muito importante o seu papel é circunstancial! O treinador apenas está presente por um período de tempo limitado e grande parte da sua missão é dar as ferramentas necessárias ao tutor, para que ele saiba prever, corrigir e controlar o comportamento do cão, por exemplo.
O profissional tem o dever de capacitar os tutores para que estes estejam preparados para fornecer todo o tipo de estímulos, em quaisquer que sejam as circunstâncias.
Existem várias escolas de cães em Portugal em que a presença dos donos não é aconselhável ou desejável, mas sim obrigatória. Numa escola, onde Carlos Cordeiro é treinador de cães, as aulas são dadas na rua e em casa, para que todos estejam preparados para as várias situações do quotidiano.
As aulas de grupo sãos um ótimo complemento a todos os pretendem evoluir. Estas permitem trabalhar a obediência e são um ótimo acrescento ao processo de sociabilização. Aulas de grupos são muitas vezes aquilo que permite a verdadeira evolução no processo de sociabilização, visto que é aqui que os animais se auto capacitam.
Muitos especialistas em comportamento animal defendem que a melhor base para o treino de cães seja a socialização, visto que é ela que ajuda o cão a perder o medo de e outros cães ou pessoas, ou até mesmo a não se reativos ou agressivos.
A socialização é fulcral no desenvolvimento de um cão,e ela começa desde cedo. Após o nascimento de um cão, é com a mãe e com os irmãos que o processo de socialização inicia, tendo contacto com os primeiros comportamentos que deve adquirir. É por isso, e por outras variadas razões, que só é aconselhável retirar os cachorros cerca de dois meses após o seu nascimento.
Com devida socialização o animal conseguirá aprender e a reconhecer regras para estar em casa e para conviver. Um crescimento a par de atividades sociais fará que animal se sinta seguro tanto no seu espaço, em casa, como no exterior. Outro dos benefícios é o facto de fazer com que o cão se torne menos ansioso ou reativo no que toca a estímulos novos, quer sejam eles, pessoas, sítios ou outros a animais.
Um dos conselhos que o treinador de cães, Carlos Cordeiro deu à PIT, foi de os donos precisarem de assumir o seu papel de “alfa”, de líder da matilha. Afirma ainda que é aqui que reside um pequeno preconceito falacioso!
Muitos donos acham que assumir uma postura de autoridade com o cão vai fazer com ele goste menos de nós, ou que fiquem ressentidos e ataquem. O que muitas vezes nos esquecemos é que os cães são animais de grupo e que precisam de liderança.
Se eles não tiverem essa figura de líder, serão eles próprios a assumir esse papel por necessidade e com isso desenvolver ansiedade e comportamentos protetores e territoriais relativamente aos donos. Estes até podem chegar a ser agressivos se entenderem mal um estímulo.
Se o animal nos vir como líder da matilha, ele saberá que está protegido e que pode confiar em nós, acabando por ser mais tranquilo e feliz.
Carlos Cordeiro lembra por último que animais sociáveis são mais confiantes e confiáveis, e estão mais bem preparados para lidar com o stress causado por situações inesperadas.
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